A última experiência que gostaria de compartilhar, deste ano de 2013, foi a participação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Retornando de Minas Gerais, lindo estado onde aconteceu o Encontro Internacional da Cáritas, encontrei o meu hóspede: Fábio Conte. Ele faz parte da Diocese de Treviso, Itália, e juntamente com nove jovens veio para JMJ, inicialmente participando da Semana Missionária na área missionária onde a diocese realiza sua ação missionária há mais de quinze anos, em Manaus-AM.
Conte é bem tranquilo e a comunicação fluiu naturalmente. Na programação, visitamos nossas comunidades, projetos sociais promovidos pelo Movimento Comunitário Vida e Esperança, missão na comunidade do Puraquequara, encontro das águas e o centro da cidade. Neste tour pela cidade, tivemos o desafio de apresentar nossa realidade. Os padres nos posicionaram como lideranças do tour, eu e Tenasol Frank, no momento meu noivo, mas inicialmente senti-me insegura até que Pe Claudio questionou: "vocês lideram mais de cem jovens da área e estão empacados com dez?", com essa indagação, tomamos a frente e lideramos com segurança o tour.
Conte é bem tranquilo e a comunicação fluiu naturalmente. Na programação, visitamos nossas comunidades, projetos sociais promovidos pelo Movimento Comunitário Vida e Esperança, missão na comunidade do Puraquequara, encontro das águas e o centro da cidade. Neste tour pela cidade, tivemos o desafio de apresentar nossa realidade. Os padres nos posicionaram como lideranças do tour, eu e Tenasol Frank, no momento meu noivo, mas inicialmente senti-me insegura até que Pe Claudio questionou: "vocês lideram mais de cem jovens da área e estão empacados com dez?", com essa indagação, tomamos a frente e lideramos com segurança o tour.
Esse momento de acolhida e vivência na semana missionária foi gratificante e enriquecedor para os nossos visitantes. Acredito que muito mais forte para eles que experimentaram a nossa realidade. Trocamos nossos contatos e ainda mantemos hoje em dia. Com o Conte mais ainda, pois, Rosianny, aquela moleca travessa que corria para me abraçar quando criança, está mantendo uma relação afetiva com ele. Eles se aproximaram bastante e esta relação está bem séria.
Saindo da Semana Missionária fomos para o Rio de Janeiro. Nossos 40 peregrinos foram divididos em três grupos para voar rumo a cidade maravilhosa. Para muitos era o primeiro voo, como meu amigo Rosenildo, que não tirou a cabeça da janela, rsrs. Na partida, alguém do nosso grupo iniciou a oração do Pai Nosso e naturalmente os outros passageiros rezaram juntos. Foi um momento bem marcante e firme da expressão de nossa fé.
Chegando no RJ, com um dia de antecedência, ainda tinha sol, então, visitamos a praia da Barra, onde muitos tiveram o primeiro contato com o imenso mar e água salgada, e o Cristo Redentor, que tinha uma fila quilométrica onde enfrentamos para não perder a viagem, afinal, em qualquer outro dia teria a fila. Porém, formou-se um tempo frio e chuvoso e nossa visualização não foi boa, mas nossa emoção sim, pois o local estava lotado de jovens diferentes e era como se estivéssemos chegado ao topo de nossa missão. Lembrei de todo caminho feito pelos jovens da área, todos os nossos eventos e reuniões de preparação. Ouvir o Pe Stefano gritar e gritar: "Estamos em Rio", foi maravilhoso. Oramos ali juntos e lembramos de nossas comunidades e nossos trabalhos. Um momento inesquecível!
Nesse dia também aconteceu a primeira gafe com o Cláudio, ele tem um problema na traqueia e consequentemente tem rouquidão. Gritei para ele: "Cláudio grita ai pela Gerlane!", todos olharam para mim franzindo a testa e deduzi o porque: "como ele vai gritar Thay?" caímos na gargalhada por conta disso.
Depois desse dia, o frio só aumentou. A temperatura variava entre 19º e 12º. Como verdadeiros amazonenses, sofremos. Ficamos em uma escola para crianças e as coisas eram pequenas: mesas, cadeiras, chuveiros, pias, vasos sanitários, e não tinha chuveiro elétrico, o que motivou apenas um banho por dia. Na catequese, que era perto da escola, tivemos a experiência de uma animação carismática. Com cânticos e orações pulsionadas apenas para o Deus do céu e para o individualismo. Aliás, toda a animação da JMJ era nesse sentido. Não me senti contemplada! Canção Nova e Shalom tomaram conta e não diversificaram as culturas. A minha sorte, é que encontrei uma roda de seis jovens no metro cantando Nego Nago. Eu dancei com eles e eternizei esse momento em minha memória.
Não posso deixar de mencionar os problemas de relação que tivemos. Afinal, onde tem muito cacique para pouco índio, há desavenças. E isso aconteceu nos primeiros dias, o que não prejudicou nossa peregrinação. Mas apontou para uma qualidade e defeito meu: poder de articular jovens para unir ou romper #pararefletir.
Também tivemos grandes complicações para andar no Rio de Janeiro. Demorou uns dias para entender a lógica do sistema de transporte. Numa dessas perdidas, aconteceu outras gafes com Cláudio. A senhora estava tentando nos explicar a rota para a escola quando ouviu o Cláudio e falou: "Dá chá de gengibre para esse menino!", a gargalhada aconteceu somente quando nos afastamos. Outra senhora atendeu ele dizendo: "tá roco de tando gritar pelo Papa né?" essas gafes trouxeram para nossa viagem muitas gargalhadas que até hoje lembramos.
Encontrei os amigos da Cáritas Brasileira e também do MJPOP, que receberam convites para participar da via sacra na área dos convidados. Rio de Janeiro estava lotada de jovens e adultos de várias nacionalidades que se misturavam dando a beleza das cores nas ruas da cidade maravilhosa. Para chegar perto do Papa era preciso muita luta e apresentação de credenciais e pulseiras. Essa não foi uma boa experiência, pois, recebi uma credencial, que me custou ir na cidade do rock duas vezes para pegá-la, para sentar mais perto do altar e do Papa. Só consegui entrar nessa área com a ajuda de um espanhol. Senti-me uma fracassada por conta da minha pequinês e falta de influência, mesmo assim, consegui entrar, mas fiquei na parte externa, o que me deixou irritada, pois levei duas horas para entrar, ficar sozinha e longe do altar. Esperei apenas o Papa entrar e voltei para o encontro dos meus amigos. A Vigília foi intensa e forte com as reflexões do Papa. Dormimos na praia de Copacabana e acordamos com tímidos raios solares naquela manhã. Foi lindo o amanhecer desse penúltimo dia.
Após a missa final, encontramos nossos amigos da Itália e brincamos na praia até o entardecer. Era o único dia de sol, então aproveitamos bem. No dia anterior, houve um tímido sol, que ajudou a esquentar ainda mais a busca pelo kit da Vigília. Fila imensa e desorganizada. Apesar de eu questionar sempre o jeitinho brasileiro, optamos em burlar as filas, e praticar a corrupção, para obter nossos kits que valiam a pena (prometo evitar fazer isso, me enoja).
Na última noite no RJ, fomos para churrascaria gastar nossos últimos centavos da alimentação. Comemos bastante e finalizamos nossa noite muito bem. Para retornar, tomamos um café simples e nos encaminhamos para o aeroporto. Uma viagem bem legal com os amigos, padres e irmã. Fortalecemos nossas amizades e percebemos nossa necessidade de melhorar nossa articulação, pelo menos eu percebi isso em mim. E isso ajudou-me a melhorar meu diálogo e minha forma de abordagem. A experiência só certificou a afirmação de que juntos podemos. Uma boa lição para vida toda!
"Não tenhas medo..." (Papa Francisco)
Depois desse dia, o frio só aumentou. A temperatura variava entre 19º e 12º. Como verdadeiros amazonenses, sofremos. Ficamos em uma escola para crianças e as coisas eram pequenas: mesas, cadeiras, chuveiros, pias, vasos sanitários, e não tinha chuveiro elétrico, o que motivou apenas um banho por dia. Na catequese, que era perto da escola, tivemos a experiência de uma animação carismática. Com cânticos e orações pulsionadas apenas para o Deus do céu e para o individualismo. Aliás, toda a animação da JMJ era nesse sentido. Não me senti contemplada! Canção Nova e Shalom tomaram conta e não diversificaram as culturas. A minha sorte, é que encontrei uma roda de seis jovens no metro cantando Nego Nago. Eu dancei com eles e eternizei esse momento em minha memória.
Não posso deixar de mencionar os problemas de relação que tivemos. Afinal, onde tem muito cacique para pouco índio, há desavenças. E isso aconteceu nos primeiros dias, o que não prejudicou nossa peregrinação. Mas apontou para uma qualidade e defeito meu: poder de articular jovens para unir ou romper #pararefletir.
Também tivemos grandes complicações para andar no Rio de Janeiro. Demorou uns dias para entender a lógica do sistema de transporte. Numa dessas perdidas, aconteceu outras gafes com Cláudio. A senhora estava tentando nos explicar a rota para a escola quando ouviu o Cláudio e falou: "Dá chá de gengibre para esse menino!", a gargalhada aconteceu somente quando nos afastamos. Outra senhora atendeu ele dizendo: "tá roco de tando gritar pelo Papa né?" essas gafes trouxeram para nossa viagem muitas gargalhadas que até hoje lembramos.
Encontrei os amigos da Cáritas Brasileira e também do MJPOP, que receberam convites para participar da via sacra na área dos convidados. Rio de Janeiro estava lotada de jovens e adultos de várias nacionalidades que se misturavam dando a beleza das cores nas ruas da cidade maravilhosa. Para chegar perto do Papa era preciso muita luta e apresentação de credenciais e pulseiras. Essa não foi uma boa experiência, pois, recebi uma credencial, que me custou ir na cidade do rock duas vezes para pegá-la, para sentar mais perto do altar e do Papa. Só consegui entrar nessa área com a ajuda de um espanhol. Senti-me uma fracassada por conta da minha pequinês e falta de influência, mesmo assim, consegui entrar, mas fiquei na parte externa, o que me deixou irritada, pois levei duas horas para entrar, ficar sozinha e longe do altar. Esperei apenas o Papa entrar e voltei para o encontro dos meus amigos. A Vigília foi intensa e forte com as reflexões do Papa. Dormimos na praia de Copacabana e acordamos com tímidos raios solares naquela manhã. Foi lindo o amanhecer desse penúltimo dia.
Após a missa final, encontramos nossos amigos da Itália e brincamos na praia até o entardecer. Era o único dia de sol, então aproveitamos bem. No dia anterior, houve um tímido sol, que ajudou a esquentar ainda mais a busca pelo kit da Vigília. Fila imensa e desorganizada. Apesar de eu questionar sempre o jeitinho brasileiro, optamos em burlar as filas, e praticar a corrupção, para obter nossos kits que valiam a pena (prometo evitar fazer isso, me enoja).
Na última noite no RJ, fomos para churrascaria gastar nossos últimos centavos da alimentação. Comemos bastante e finalizamos nossa noite muito bem. Para retornar, tomamos um café simples e nos encaminhamos para o aeroporto. Uma viagem bem legal com os amigos, padres e irmã. Fortalecemos nossas amizades e percebemos nossa necessidade de melhorar nossa articulação, pelo menos eu percebi isso em mim. E isso ajudou-me a melhorar meu diálogo e minha forma de abordagem. A experiência só certificou a afirmação de que juntos podemos. Uma boa lição para vida toda!
"Não tenhas medo..." (Papa Francisco)